sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Como tirei meu visto para o Timbuktu

"Hi there, kiddos!
Hoje vou contar como tirei meu visto para viajar ao Timbuktu.
Era uma manhã congelante e triste no meu cafofo, e eu era apenas um menino de 24 anos e 1/2.
Morava comigo no cafofo meu cachorro Zeffred. Ele era tãããããão bonitinho. Era pretinho com bolinhas brancas. Mas a proporção negra era maior que a proporção branca, então todos (inclusive eu) o chamavam de Negão. Acho que se ele fosse entrar na Unb, ganharia uma cota! :)
Zeffred era muito inteligente (provavelmente entraria meeeesmo na Unb!), então sempre que tomava banho, rolava na lama pra ter que tomar outro banho, porque ele gostava muuuuuuuito de banhos.
Certo dia, mais precisamente no dia 29 de fevereiro, por ser um dia que só ocorria uma vez a cada 4 anos, decidi que faria uma coisa especial: ainda nesse dia, iria para Timbuktu.
Acontece que para ir para o Timbuktu, eu necessitava de um Passaporte e de um visto. O passaporte eu já tinha, da viagem que tinha feito algumas semanas atrás com God para a Holanda. Mas o visto...
Então me dirigi à embaixada grandiosa do Timbuktu com pressa e calças largas.
A embaixada era uma coisa feia de morrer. Parecia o meu cafofo... Mentira. Era tão legal e bonito que eu fiquei com inveja do Timbuktu e comecei a falar mal dele. Enfim. Após atravessar uma sala com o teto folheado a ouro (pois o Timbuktu é um grande exportador de ouro), fui parar em frente a uma fila de pessoas, que tiravam bilhetinhos de senha e tudo. Mas não haviam cadeiras para eu me sentar.
Arranquei da mão de uma Negona (vou perguntar depois se ela quer acasalar com meu cachorrinho lindo!) minha senha e encostei na parede onde se lia: FÍLÁ -->.
Fiquei lá por um tempo, até que chegou a minha vez de ser atendido ( não entendi porque se pega uma senha se você entra numa fila depois).
A minha atendente era uma mulher que tinha um dente de ouro pirateado (nos dois sentidos) e uma verruga na bochecha esquerda. E aí ela começou a falar:
- Boa tarde e seja bem-vindo à embaixada de Timbuktu. O que você deseja?
- Ahhhh eu quero um visto para ir para Timbuktu!
- O que você vai fazer lá?
- Ahh, você sabe, visitar. Ainda hoje.
- E você é um terrorista, por acaso? Afinal, são só os terroristas que querem ir para lá ainda hoje.
- Não, não! Sou apenas um turista sem escrúpulos, muito dinheiro e pouco cérebro, sabe?
- AAAH! Nesse caso, encoste-se naquela parede ali e espere chamarem sua senha. TENHA UM BOM DIA!- A mulher disse isso ameaçadoramente, como se ela na verdade me desejasse um dia terrível.
E isso se provou verdadeiro, pois logo em seguida ela cuspiu seu dente pirateado em mim. Bom, sem ter o que fazer, fui me encostar na tal parede. Foi aí que um outro sujeito também se encostou na parede. Ele era estranho. Vestia um casaco preto com capuz preto. Mal dava para ver seu rosto. Foi aí que ele abriu o seu casaco como se fosse um tarado, e falou:
- What are you buying...???
Eu olhei pra ele desconfiadamente, e disse:
- Watcha got there?
- Hmmm.... Things...
- What?
- Things...
Desconsiderando o fato de que um estranho vendedor de coisas estava atrás de mim e podia me esfaquear a qualquer momento, peguei um folheto que dizia: não VENHA PASSAR SUAS FÉRIAS NO TIMBUKTU! FELICIDADE GARANTIDA!, e li sobre todos os benefícios oferecidos em todas as pousadas daquele país.
Dizia que até crianças com menos de 10 anos nos serviriam drinques de graça!
- So... Do you want to go to Timbuktu? - o estranho voltara a falar comigo. Medo.
- Hãããã... Yes, but not clandestinely.
- Ohohohohoohohohohoho... So i have the thing you need... But YOU will buy it at a high price!
- Sure yeah! Só não quero ficar aqui esperando in-line, sendo que ainda nem comprei minha passagem aérea!
- Okay, babe. It's... hhaaa.... 18,000 dollars.
- 18.000 DOLLARS!?!?!?!!? WTF?!?!?!?! WTH?!?!?!?!!?!?!?!
- I said you would buy it at a high price... And I am allllllllways right! :D
- Ok, gimme that Visa. I'll pay you tomorrow.
- 'ere.
O homem me deu um visto falso que incrivelmente já tinha minha foto e data de nascimento. Tenho a leve suspeita de que eu já havia conhecido aquele mascarado antes...
Bom, saí então da embaixada que me rejeitara e fui direto para o aeroporto com meu visto falsificado. Chegando lá, haviam duas empresas aéreas: a Vipadopes e a SIASIPA. Como a segunda me parecia estranha, resolvi ir pela primeira.
Me dirigi ao balcão da Vipadopes, e outra mulher com dente de ouro pirateado me atendeu.
- U sinhô qué ayúda?
- Sim, por favor. Gostaria de viajar ainda hoje para o Timbuktu.
- Você é terrorista, por acaso??? - ela parecia tão paranóica quanto a outra atendente de dente pirateado.
- Claro que n...
- FORA! - e ela cuspiu o dente de ouro em mim.
Desolado e desesperado, tentei ir para Timbuktu pela outra companhia aérea.
- Boã tardí! - disse a atendente com sotaque estranho - Párá ôndi quer ír?
- Vou pro Timbuktu.
- Teím orári só pras 16:70!
- 16:70?
- É u orári do tibuquitu, meamigo! Elis cuntam difrente!
- Hãããã, e isso corresponde a que horas do nosso horário?
- Ahhhhhh, correspôndi a 16:35!
- MAS ISSO É DAQUI A TRÊS MINUTOS!!!
- Exatamênti! Entaum, dê o fora muléki de peitos-que-não-são-de tábua!
- Não tem como me incluir no vôo rapidamente?
- Naum! Somus burocratás, ou burocrateras, qui vaum deiCHar vôze inqui!
E aí ela me forçou a sair do balcão para que ela pudesse atender outras pessoas. Foi aí que eu vi no aeroporto aquele mesmo cara taradão que havia me vendido o visto falso. Parecia que ele também ia viajar, pois estava sendo atendido em um balcão da Vipadopes. Resolvi chegar perto para ouvir o que eles falavam:
- What are you selling... ?? - disse o tarado.
- Hããããã, plane tickets. Do you want one?
I heard him saying "yeah, to Timbuktu, please, stranger."
Corri para alcançá-lo e fazê-lo me pagar uma passagem também.
- HEEEEEEEYYYY!! BUY ME ONE, TOO!! - gritei.
O tarado me olhou, assustado, como se achasse que eu descobrira seus planos de me seguir para me fazer pagar, pois achava que eu não o faria. Estranho. Parece que agora eu leio mentes.
- W-welcome, stranger... - disse ele.
- Você vai me comprar uma passagem também, seu engambelador de uma figueira desnutrida sem frutos!
- Ok, stranger, calm down... Hey, woman, Gimme two tickets. I'll buy it at a high price.
- Ooohhh, se você considera 1.000.000 dólares como um "high price", então pode ir coçando sua carteira!
- Uh... Uuuuuhhh...
- Se você não tem tudo isso, então pode ir abaixando as calcinhas!!!! - disse a atendente, obviamente plagiando uma piadinha do Joãozinho.
O homem então retirou sua capa, revelando uma cueca samba-canção com estampa de piu-piu e frajola e uma camisa xadrez amarela,vermelha e verde. Segurei o riso. Então ele abaixou a cueca, deixando à mostra uma calcinha de rendinhas cor-de-rosa, que logo em seguida também foi abaixada, deixando à mostra desta vez um CENSURADÃO.
Quando o homem vestiu suas vestes roupais novamente, a mulher do balcão dsse:
- Ok. O voo sai em menos de um minuto.
E aí ela nos entregou os bilhetes para o voo. Não sei porque, mas o tarado parecia envergonhado por ter se despido em público. Achei isso estranho. Afinal, um atarado não deveria ter vergonha disso, não? Então, talvez ele não fosse um tarado..
Mas aí, tipo do nada, apareceu uma cara com olhos azuis com uma franjinha que tampava seu olho direito e um pouquinho do esquerdo. Ele se dirigiu ao tarado, e falou:
- Hasta luego.... Quer dizer, eu quero comprar uma shotgun.
- OK. It can all be your for only 30.000.000. resident evil's dollars.
- Deal.
- THANKS, stranger.
O encapuzado entregou ao homem um pacotinho com um sal meio amarelo.
Não liguei muito para aquilo, mas fui com ele até o portão.
É, eu não liguei muito para aquilo, mas não pude deixar de ser curioso.
- Ei, tarado, quem era aquele?
- It's none of your business. It's MY business! Got it?!? Ahahahahahahahaha! By the way, don't call me pervert, but Mershant.
- Ooohh, tudo bem.
Depois de 12 horas de voo e depois de ver uma velhinha babona ser varrida do avião, finalmente chegamos em Timbuktu.
Mas a história de como foi minhas 'férias' lá fica para outro dia, kiddos... Até mais!"

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