Hatraz apresenta: Vovó gordosmiles

Olá, crianças do inferno não-como-eu, como estão? Não, não respondam, eu não quero saber.
Bom, hoje eu vou contar pra vocês uma breve história sobre a minha avó, que eu odeio por razões óbvias.
Ahhh, querem saber quais são essas razões óbvias? Tudo bem. A história fica pra daqui a pouco então.
Imaginem uma avó que pesa 120 kg. E depois imagine ela insistir em sentar no banco de trás do carro, bem no meio, só para esmagar seus netinhos?
Imagine uma avó que entra em um banheiro limpinho com cheiro de Bom Ar e que, ao sair, parece que ela deu uma festa heavy metal?
Entre outras coisas. Agora, vamos à história.
Estávamos eu, Zoltan, papai e mamãe no carro, levando os meus outros irmãos infernais amarrados no porta malas para um acampamento de verão do outro lado do país.
Deixamos os insignificantes lá, e então papai dropped the bomb:
- Vocês vão para a casa da sua avó.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!!!!!
- Vovó não vóvó não!
- AAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!
- POR QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEE????
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!
- OOHHH VIDA!
- Calma, crianças, a vovó vai cuidar de vocês direitinho, ela até fez biscoitos!
Mas eu odiava biscoitos, quase o mesmo tanto que odiava minha avó. Gritei com o meu pai:
- VOCÊS POR ACASO VÃO PARA UM MOTEL E VÃO NOS LARGAR NA CASA DA VOVÓ?!?!
- Errr, basicamente... Sim.
O carro ainda estava em movimento, mas eu abri a porta e me joguei para fora. Zoltan veio logo atrás.
Levantei-me rapidamente e bati a poeira de meu vestidinho xadrez de camponesa boa-samaritana. Chutei Zoltan.
- Levanta, que a viagem pra Las Vegas demora.
- Ahn? Nós deviamos ir pra casa.
- Oh, please, bitch! My first successfull scape and you wanna go home?
- AAAAHHH!! HATRAZ, ATRÁS DE VOCÊ!!
Fiz minha comum expressão de tédio e me virei.
Ao longe, vinha uma moto. Mais especificamente, uma XX-nimbus2011 , então eu soube. MINHA AVÓ VEIO NOS RESGATAR. Parece que "succesfull escape" tinha que voltar a minha lista de afazeres.
Vovó agiu como se quisesse mostrar o quão foda era. Tirou as mãos dos guidões da moto e nos pegou pelo cagote, habilmente nos colocando no assento da moto.
Como uma má garota, gritei no ouvido dela:
- VOCÊ QUER NOS MATARRRRR???
- Não, não... Quero é me mostrarrrrrrr! - respondeu o saco de rugas.
Grrrrrr, como eu odiava aquela velha!
- Vózinha querida, errrr, como vai? - disse "Zoltana", minha irmazinha covarde.
- OOOOOH, Zohliiiiiii, vou bem! - e novamente querendo mostrar o quão foda era, ela virou de costas e apertou as bochechas de ZOltan. Se eu morresse, aquela velha ia sofrer AS PIORES DORES DO SÉCULO. mark my words.
- Ahhhnnnn - começou Zoltan - E por que você quer se mostrar, Vózinha?
- Ahhhh.... Sei lá. Porque é divertido? - isso soou como uma pergunta - Mas se mostrar é divertido mesmo! Olha só!
Para a dor de meus olhos, a velhota largou os guidões de novo e começou a tirar a blusa de lã que usava. E ela não estava de sutiã.
Prontamente alguns carros da outra pista se bateram. Provavelmente os motoristas enxergaram as jacas de minha avó.
- Eiiiiiii! - começou minha avó - Vocês sabem o que uma velha tem entre os seios que uma jovem não tem???
- Nããããoo!!! - respondeu Zoltan, tampando os olhos para não ver as barbaridades de minha avó.
- O umbigo!!! - e ela deu uma gargalhada do mal (obviamente me plagiando) e seguiu para a casa dela.
Horrorizada, continuei a viagem tentando não vomitar. Zoltan não fez o mesmo, pois vomitou a viagem toda. Talvez, como João e Maria, para achar o caminho de volta.
Chegamos à casa da velha.
Meu avô tinha saído. Droga.
Havia apenas um quarto para mim.
Obviamente eu não dividiria o único quarto de hóspedes existente com meu irmão estupido.
Zoltan tentou se voltar contra mim, tentando obter a posse do quarto de hópedes.
Mas como ele não tinha visitado a cadeia e trocado ideia com os prisioneiros, acabou perdendo.
Mas como sou uma boa irmã, deixei ele dormir na casinha do cachorro. Ou melhor, dos cachorros.
Não sei por que no dia seguinte Zoltan apareceu cheio de arranhões. Não importa.
E, como papai havia dito, vovó estava com biscoitos prontos. Ou, como eu gosto de dizer, prontos para usar.
E, se você ainda não percebeu, o uso é para guerras de comida.
Zoltan perdeu de 562 a zero para mim.
Os biscoitos eram duros como pedra, então a bancada da cozinha de vovó, as paredes e Zoltan estavam meio destruídos e doídos.
Voltei para o meu quarto, e mais uma vez o tédio tomou conta.
Arranquei o barrado do meu vestido, onde estava escondido meu pequeno gadget de laboratório, apertei um botão e o joguei no chão.
Em menos de dez segundos, uma enorme cabana azul no formato do palácio de buckingham estava em pé.
É como diz o comercial: camas são para losers. Faça sua própria Cabana Buckingham por apenas R$ 754,00 .
Mas é claro, eu paguei com 100% de desconto usando meus artifícios.
Entrei dentro da cabana e, não muito surpreendentemente, lá estava Oliver Phelps, um dos atores que faz os gêmeos de Harry Potter.
E, claro, ele estava muito bem amarrado e amordaçado.
Fiz o que eu faço de costume com ele (use sua imaginação; mas não pense em imundícies [poxa! sou só uma criança!]) e depois resolvi ver o que aquela pelanca que é minha avó estava fazendo.
Vovó estava esparramada no sofá assistindo tv, mais esfecificamente, o reality show da mansão playboy. Suspeito.
- Issssssso, Jenny!- Gritava vovó.
Sentei-me ao lado dela.
- Hatraz! Saia de cima da minha coxa!
Notei que havia sentado em cima de um pedaço de coxa gigantesco.
Sentindo-me com um humor melhor, continuei sentada em cima dela.
- E por que eu deveria? - perguntei como uma criança mal-criada faria.
- Porque se não vou cuspir caroço de melancia em você!!!
Só agora fui notar que ela devorava uma melancia igualmente gigantesca. Resolvi sair de cima da coxa e ir ver como estava a socialização canídea de Zoltan.
O tédio me faz fazer coisas que nunca pensaria em fazer.
Fui até Zoltan e os pastores alemães malignos (provavelmente nazistas).
- Vem cá, vo te mostrar uma coisa! - Disse eu, no pior tom imperativo que pude fingir.
Zoltan levantou-se e veio até mim.
- Aqui está... - e mostrei-lhe meu dedo mais comprido.
Zoltan começou a chorar e correu pra longe.
Fraco.
Resolvi voltar parar onde estava minha avó.
Vovó agora estava de pé e e assistindo a um programa de caminhões-monstro.
- VAAAAAAI!!! ESMAGA!! MATA!!! TACA FOGO!! OBLITERAAAAAAA!!! - torcia ela.
Esse era um lado que nunca tinha conhecido da minha avó-pelanca. Talvez passasse a gostar mais dela.
Um carro gigante e azul passou por cima de outro idêntico. Aparentemente, o que estava por cima podia exalar fogo pelo cano de escape.
- UHUUUUUUUUU! - gritou vovó.
- Nossa, isso é muuuuito legal vovó!- Disse eu, tentando usar um tom gentil.
- 'Cê tá me tirando?!?!? - perguntou ela agressivamente.
- Nããão, vovó! Imagina - espero que ela não tenha notado meu sarcasmo - Me leva para ver uma dessas partidas?
Vovó começou a fazer uma cara estranha. Ela parecia que estava inchando e que ia explodir. Então, do nada, ela perguntou:
- Você sabe o que uma velha tem entre os seios que uma jovem não tem?
- Você já perguntou isso.
- Ah, é?
- É.
- Então... Vamos ver uma partida de caminhões-monstro ao vivo!!! - disse ela, entusiasmada - Mas sem o Zoltan!!
Uau. Eu estava realmente começando a gostar dela.
- Porém, - ela recomeçou - como você tem sido muito malcriada, você deverá me vencer numa partida de caminhões-monstros!!!!!!
- Oh, não.- disse, tentando fingir minha não-vontade de esmagar a velha num caminhão 1000 vezes maior do que eu, e 0,5 vezes maior que ela.
Mas então, de repente, eu acordei. Esse negócio todo de ir na casa da vovó fora um sonho.
Que pena.
Mas então, meu pai detestável escancarou a porta do meu quarto, gritando:
- VAMOS PARA A CASA DA VOVÓ, CRIANÇADAAAA???
Eu corri para longe o mais rápido que pude.